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Perante esta frente tropical há que manter a cabeça fria. A ideia levou-me até à Neveiros (do lado direito da Biblioteca Municipal, Rua Morgado Mateus) uma das últimas geladarias tradicionais do Porto (ainda há a Sincelo). Em Lisboa faz furor a Santini, e se os gelados da Neveiros não são tão bons também não desmerecem o passeio. Para prolongar o prazer, há caixas de esferovite para levar para casa o gelado. Uma bola de maracujá foi a minha escolha. E arrefeci com prazer.
A Neveiros também tem sítio na net e página no facebook.
Este segredo ali para os lados da Constituição é um rendilhado de surpresas, reunidas com sensibilidade e bom gosto. Na quasiloja há belíssimos quadros, carimbos para cartas sem morada certa, etiquetas de viagens impossíveis, prendas para os Natais de todo o ano, sabonetes e perfumes mágicos, personagens saltitantes… Entrem nesta caixa de surpresas sem hesitação aqui e na rua Ribeiro de Sousa 225-229, no Porto, com o telefone 22-8306205.
A próxima exposição, porque todos os meses há coisas novas.
Num pedaço da rua da Firmeza meio anódina, abriu portas o Fim de Boca. Bom para um almoço rápido, mas com substância gastronómica. O roteiro da papinha ganha riqueza com propostas como esta, bem arrumada, bom grafismo, cozinha aprumada, com um ar de mercearia lounge. Descubram aqui http://www.fimdeboca.pt/main.php?id=331&sm=1 e provem por lá.
Isto de escrever sobre tantos defuntos também cansa. Mesmo ao abaixo do largo de São Domingos, onde registamos o último óbito, houve nascimento ou melhor: transplante. De Gaia, veio o Hard Club para ocupar o vetusto Ferreira Borges. Espera-se que seja uma outra casa da música e o espaço de divertimento noturno que tanta falta faz a uma Ribeira exangue. Vamos lá visitá-lo. Vejam aqui a programação.
Chamem-me parolo ou turista, mas fico contente por viver numa cidade que tem uma edição (mesmo que mensal) da Time Out. No Face: http://www.facebook.com/TimeOutPorto
Alguns não passam de cometas, deixando na nossa galáxia de ruas o brilho de momentos únicos, de vidas aceleradas pelo fogo da criação. Outros permanecem como estrelas a brilhar mesmo que muitos não lhe encontrem o rasto. É nesse estado de luminescência que se encontra a Cadeira de Van Gogh, ali junto à Biblioteca Municipal. Comecem a visita por aqui: http://www.acadeiradevangogh.blogspot.com/
A música continua a ser um espaço de resistência no comércio tradicional. Se os barbeiros estão autorizados a mexer na nossa cabeça, quem nos atende numa boa loja de discos mexe com a nossa cabeça. Comecei verdadeiramente o meu caminho musical à porta da Tubitek, na Praça D. João I, e nunca mais me cansei de trilhar o caminho das discotecas à procura de pérolas de som. Encontrei bastantes, correndo pelos meus dedos, ou guiado pelas mãos de gente sábia, como aqueles que moram na Piranha ou na Lost Urderground. É muito melhor que saberem o nosso corte de cabelo. Há uma mão cheia de sítios imperdíveis no Porto onde a paixão anda no ar sob a forma de ondas sonoras, que talvez valha a pena retratar aqui. Para já fica a visita à Jo Jo’s, no início norte de Cedofeita, com um misto de pedido de desculpa, porque nunca fui cliente habitual e quem resiste acho mais de 30 anos merece sempre alguma atenção. Mas se a preguiça vos roer os ossos eles têm também uma completíssima loja online a http://www.cdgo.com/ . Limpem os pés e entrem que há lá muita coisa para ouvir numa discoteca que celebrou três décadas aumentando o seu espaço.
Já tem algum tempo (é uma edição do incontornável ano de 2001) mas é um excelente pretexto para conhecermos a variedade da faiança fabricada no Porto, através do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, entidade responsável pela edição. O livro arranca com uma breve história da faiança em Portugal, mas logo se concentra nas fábricas portuenses, esses nomes tão conhecidos dos nossos avós, mas praticamente desaparecidos do nosso quotidiano como a indústrias de Massarelos, das Devesas, do Carvalhinho, de Miragaia , do Cavaquinho... É uma descoberta ver os frágeis objectos que saíam desses fornos espalhados pela cidade e poder dar nome e razão a muitas das ruínas industriais que ainda subsistem nas cidades de Porto e Gaia.
O riso é uma arma. Poderosa. Por vezes é um riso amargo, mas o sabor final é de vitória sobre a modorra dos dias vencidos. "A cidade dos que partem", da Palmilha Dentada,
"Alguns dizem que as tripas à moda do Porto surgiram porque as gentes da cidade ofereceram a carne para alimentar os lisboetas no cerco da cidade. Outros dizem que o sacrifício foi em nome da nação que se expandia além fronteiras em naus repletas de tripulações famintas. Outros dizem que é apenas uma má ideia de um mau cozinheiro.
Outros ainda dizem que quando a vida nos dá tripas temos que fazer feijoada. Nós? Dizer, não dizemos nada. Desta vez cantamos. Cantamos a cidade e as tripas. Cantamos as chegadas e as partidas. Cantamos o que somos, o que fomos e o que achamos que somos ou fomos, mas que afinal nunca chegámos a ser. E rimos. Rimos bastante. Em primeiro lugar, rimos de nós mesmos. Depois, rimos dos que nos governam, rimos dos que são governados, rimos dos que vão embora, rimos dos que cá ficaram, rimos dos que sonham e… sonhamos com eles. Portanto, voltamos a rir de nós mesmos."
Teatro da Palmilha Dentada
Há uma boa razão para que, nos últimos tempos, este blogue andar um bocadinho mais devagar. Chama-se Porto Paixão e abriu portas há uns meses. É uma nova frente. Passem por lá. Na net começa aqui: http://portopaixao.wordpress.com/.
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Não há rampas, nenhum half pipe no horizonte. A verticalidade da igreja de Santo Ildefonso não é um convite para quem voa baixinho, é a vertiginosa medida da impossibilidade. Mas há quem tente. É isso o skate. Levantar voo, desafiar as probabilidades de transformar num planador uma pequena prancha de madeira com duras rodas. Praticamente só a casa de Rem Koolhaas tem onda para esta gente, o resto são quase sempre ângulos rectos de granito. Há que dobrá-los. Este sábado parece que a Maia é a capital nacional do skate. Suaves drops para eles….
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Entravamos para hall, mas depois acumulávamo-nos nas escadas e no varandim à espera de começar o filme. Era assim no cinema Trindade, transformado, entretanto em sala para ver as bolinhas sair. Quando se apagavam as luzes de praticamente todas as salas de cinema da cidade (como foi possível chegarmos a proferir esta frase sem sobressalto, na terra de Aurélio da Paz dos Reis!) alguém mostra que é possível ver mais longe. O Plano B reabriu as portas do eclipsado cinema Trindade, para a exibição de uma extensão do Festival de Cinema Independente de Lisboa. Este é um filme ainda não acabou.