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A propósito da inclusão da estação de São Bento, numa lista das estações mais bonitas do mundo pela edição on line Travel & Leisure, muitos foram os artigos ilustrados com foto do hall principal. Essa é a sala onde mora o motivo de tal distinção, os 22 mil bonitos azulejos de Jorge Colaço.
O projeto de decoração da gare foi adjudicado em 1905 pela quantia de 22 mil réis, considerada muito elevada para a altura. Os painéis, assentados em 1915, representam cenas da história de Portugal, como Egas Moniz perante o rei de Leão, o casamento de D. João I, a conquista de Ceuta, temas de etnografia do Minho e do Douro, figuras simbólicas e, no friso superior, é mesmo retratada a evolução dos transportes.
Os artigos que saíram quase não mostravam os azulejos. Eles são difíceis de fotografar e a Refer também não faz muito para os divulgar. Se existe alguma coisa, como uma brochura ou postais, para vender aos muitos turistas que a procuram, deve ser clandestina.
Aqui fica a fotografia de um painel, na altura do restauro e uma imagem que encontrei na net.
Se ainda pudéssemos querer alguma coisa de graça, que fosse agosto de volta ao sol. Sem isso, parece que todos os problemas que ainda estão lá à frente já nos estendem o tapete. É, em antecipação, o sonho que escorre pelo funil até ficar um fio. Uma luzinha que nos aquecesse o horizonte não era pedir muito. Temos um sol tão grande cá dentro e estas nuvens estão a tapá-lo.
Com doces nos enganamos, os tolos. A Dream Pils é uma "farmácia" de açucar que abriu portas na rua de Ceuta. Mais aqui.
Quem o diz é a revista norte-americana Travel+Leisure que destaca os azulejos do átrio principal. Rejubilemo aqui.
Cinza sobre cinza. A cidade, que em agosto abre a pedra à luz, dissolve-se no céu em dias como este, foge-lhe o contraste com o azul, sobrepõe-se a dolorosa melancolia. Guarda-sóis são abrigos à intempérie, as havaianas incómodos nos pés, os calções estão húmidos, os óculos de sol acessórios do ridículo e, subitamente, falta-nos chá. A cidade desliza húmida, bela, mas irónica, espetando-nos uma gota nos olhos como a dizer que o fim do verão está já ali.
Perante esta frente tropical há que manter a cabeça fria. A ideia levou-me até à Neveiros (do lado direito da Biblioteca Municipal, Rua Morgado Mateus) uma das últimas geladarias tradicionais do Porto (ainda há a Sincelo). Em Lisboa faz furor a Santini, e se os gelados da Neveiros não são tão bons também não desmerecem o passeio. Para prolongar o prazer, há caixas de esferovite para levar para casa o gelado. Uma bola de maracujá foi a minha escolha. E arrefeci com prazer.
A Neveiros também tem sítio na net e página no facebook.