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O peão sabe do tempo do verde em contagem decrescente. Mas já agora, porque é que não fica também a saber de quanto tempo tem de vermelho? Não deve ser assim tão difícil.
Isto de escrever sobre tantos defuntos também cansa. Mesmo ao abaixo do largo de São Domingos, onde registamos o último óbito, houve nascimento ou melhor: transplante. De Gaia, veio o Hard Club para ocupar o vetusto Ferreira Borges. Espera-se que seja uma outra casa da música e o espaço de divertimento noturno que tanta falta faz a uma Ribeira exangue. Vamos lá visitá-lo. Vejam aqui a programação.
Ao que me dizem, aquelas portas vermelhas no largo de São Domingos fecharam-se e com elas fechou o último armazém de mercearia na baixa do Porto, se calhar mesmo o último no miolo da cidade. Talvez fosse inevitável. O tempo em que a cidade era o entreposto onde vinham abastecer-se as casas de comércio do interior do país foi-se, esmagado pelas makros de hoje. Foi o tempo que encheu as ruas do Almada e de Mouzinho da Silveira do movimento da urbe comercial. Ainda há alguns resistentes, mas a mudança é imparável. E o problema não é acabarem. O problema é que no seu lugar só fica o vazio.