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Em que local começou o Porto? Muitos diriam que na zona da Sé, outros arriscariam que talvez na Ribeira. Pereira de Oliveira, no seu livro “O Espaço Urbano do Porto”, debruça-se sobre esse assunto e através de uma análise rigorosa em que cruza história e geografia, recorrendo à toponímia, à topografia, ao estudo de antigos mapas, à pesquisa de ruas e percursos, leva-nos por uma viagem do conhecimento à procura desse momento primordial da cidade. Mas este é só um dos capítulos do livro “Espaço Urbano do Porto - Condições Naturais e Desenvolvimento”, editado em 1973, há muito tempo esgotado, e que agora as Edições Afrontamento decidiram reeditar.
“Além de constituir um marco da geografia nacional, esta obra pode ser considerada como indispensável ainda hoje para a compreensão da evolução da cidade”, escreve o geógrafo Rio Fernandes, na introdução ao livro, que terá sido o primeiro doutoramento em Geografia inteiramente consagrado ao estudo de uma cidade portuguesa.
Capítulos dedicados ao clima, à_vegetação, ao Douro, ao desenvolvimento e morfologia urbana e um volume anexo com precioso material gráfico, fazem com que esta seja uma obra incontornável para todos os estudam e gostam da cidade do Porto.
“Aqui se cruzam a solidez de conhecimentos da geografia física com os de geografia humana, se evidencia a importância do relacionamento da história com a geografia e se promove a referenciação espacial de um vasto conjunto de dados”, resume Rio Fernandes na introdução.
O autor Pereira de Oliveira, professor universitário de Coimbra já falecido, esteve ligado ao arranque do curso de Geografia da Universidade do Porto, cidade com a qual foi mantendo um contacto constante, quer através do trabalho que realizou na Santa Casa da Misericórdia, quer no Gabinete de Planeamento Urbanístico da Câmara , de que foi consultor entre 1978 e 2001. A cidade retribui-lhe em 2001, agraciando-lhe a medalha de ouro e o doutoramento Honoris Causa. Agora, em boa hora, volta a assistir ao lançamento da sua obra maior.
E_em que local começou o Porto? Pois, para o autor foi na Ribeira, mas para perceber como ele chega a essa conclusão vai ser preciso ler o livro. E não vai ser tempo perdido. DPontes Texto publicado no JN de 31/10/07. Imagem retirada do livro.
O fotógrafo Fernando Timóteo capturou a uma noite especial sobre o rio Douro. No sábado, foi a apresentação do festival TRIP- Festival Internacional de Rua, que se realizará em Setembro do próximo ano. Um aperitivo gostoso. DPontes . Fotos Fernando Timóteo
Rua do Bom Sucesso. DPontes
Por baixo das pedras há outras pedras, com muitas histórias por revelar. É um pouco deste universo que nos revelava o "Portvs - Boletim de arqueologia portuense", editado pela Câmara do Porto. Não são mais do que uma dúzia de páginas a cores, em que se dão conta, em pequenos artigos, das inúmeras escavações que decorrem um pouco por toda a cidade. O último número que me chegou à mão, e que suponho que é o último número editado, data já de Dezembro de 2006. É uma pena se se perder esta útil publicação. Será que não há ninguém que a "desenterre"? DPontes
O Verão foi preguiçoso e deixou-se arrastar para o Outono. Ficamos rendidos a estas tardes douradas, ocupando as esplanadas que persistem, hesitando em trocar a roupa do armário, em abandonar os calções, suspirando pela relva nos pés ou pelo banho libertador de um pôr-do-sol. É um engano, uma partida entre estações, uma constipação no Estio, uma insolação na neve. Logo, logo, do céu virá a água para mergulhar os nossos dias na humidade da hesitação, devolvendo-nos à nossa invernal condição atlântica, onde o mar não é caminho, é barreira. Mas até lá aproveitemos, cavalguemos a luz. DPontes
Rua Antero de Quental DPontes
Esta é uma pequena prenda nos 90 anos de Óscar Lopes. Uma recolha de alguns dos seus textos sobre o Porto e os seus escritores editada por Cruz Santos com o apoio do JN. Uma outra paisagem a descobrir nas palavras de um mestre. DPontes
Em falta, por não ter experimentado as novas linhas, encontrei esta outra forma de navegar a bordo dos carros amarelos, nas fotografias de Guido de Monterey, do livro “O Porto – Origem, evolução e transportes”. De cima, para baixo: Inauguração da linha 4 (Praça/ Pereiró), a 21 de Dezembro de 1947; A rua de Santo António, que até 1951 manteve trânsito nos dois sentidos; Eléctricos junto à Igreja dos Congregados e ruas Sá da Bandeira e de Santo António. No livro, o autor enumera pacientemente o percurso das mais de 40 linhas que chegaram a existir... DPontes
Foi no dia em que os paralelos se levantaram …
…na rua, onde a torre vigiava a pop encantada…
… para a menina que dançava “corpo de linho/lábios de mosto/meu corpo lindo/meu fogo posto”…
No feriado dia 5 de Outubro, o Plano B levou por diante a sua proposta “Se esta rua fosse minha…”. Foi de muita gente, durante todo o dia, noite dentro, na rua Cândido dos Reis mostrou-se que por muito mau que seja o deserto, o Porto continua bem desperto.DPontes
Este é o Porto que eu gosto, a fazer-se de braços abertos para quem lhe pode trazer valor, a aproveitar as oportunidades, atento e não rendido às circunstâncias, lendo as suas características próprias. A atenção dada pelo aeroporto Sá Carneiro aos seus viajantes galegos é uma prova de inteligência a seguir noutros sectores. DPontes