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O bom senso venceu o preconceito. A Câmara Municipal do Porto reconsiderou e vai permitir o encerramento da Rua Cândido dos Reis, no dia 5 de Outubro, para a festa promovida pelo Plano B. Assim está certo. DPontes
Com estas justificações, os funcionários da Divisão de Trânsito da Câmara do Porto indeferiram a possibilidade de encerrar a Rua Cândido dos Reis, no feriado de 5 de Outubro, para a realização do festival de animação "Se esta rua fosse minha", organizado pelo Plano B. (ler anterior post)
Recapitulemos. A mesma câmara que encerra a Rua da Boavista, o Centro histórico do Porto para vermos automóveis e aviões, acha que uma actividade cultural, não subsidiada, iniciativa da sociedade civil, não presta para encerrar, num feriado, o “arruamento principal” Cândido dos Reis. Sim, aquela pequena transversal da rua dos Clérigos, de um só sentido.
Não são precisos comentários. O Plano B recorreu da decisão. Aguardemos. DPontes
O espaço Plano B lançou um desafio para mentes loucas. A ideia, para a qual se aceitam propostas, de "Se esta rua fosse minha.." é revolucionar a rua Cândido dos Reis, no dia 5 de Outubro, data em que se comemora a implantação da República e em que se recorda também o aniversário da morte do almirante que, não acreditando no sucesso da revolta, se suicidou. O Plano B pretende que nesse dia a rua seja constantemente animada por espectáculos de rua, dança, performances, música, etc, etc, etc. Não há asae que lhes tire o fôlego!
As propostas devem ser encaminhadas plano.b.eventos@gmail.com. Atrevam-se! DPontes
Os passeios de Germano Silva levaram-nos até ao cemitério do Prado do Repouso. Incrivel como fazemos por esquecer quanta beleza podemos encontrar num local tão triste. DPontes
Red Bull Race Porto : Eles lá no alto...
... nós cá em baixo.
Eles rápidos...
... nós parados. Mas foi uma festa. DPontes (última foto NPontes)
“Hontem, às 6 horas e 10 minutos da tarde, tendo abrandado forte ventania,levantou o primeiro voo do biplano da creche ‘O Comercio do Porto’.
O aparelho, manobrado habilmente por mr. Trescartes, ergueu--se garbosamente do aeródromo e cortou o espaço em diversas direcções, subindo a 800 metros”.
Foi assim que o Jornal de Notícias registou aquele que estava anunciado como o primeiro voo de avião em Portugal, feito a partir de um aeródromo improvisado junto ao Castelo do Queijo, no sábado 7 de Setembro de 1912. Na verdade, o primeiro voo tinha sido realizado dois anos antes, por Julien Mamet, num Blériot XI, em Lisboa.
Mas foi uma primeira vez para a multidão, 60 mil pessoas segundo as crónicas, que quis ver a desengonçada máquina levantar voo. No dia seguinte, conta o JN, “a concorrência era numerosissima, despejando os carros da Companhia Carris e dos Caminhos de Ferro do Porto muítissimas pessoas, não contando com as que foram em automóveis, trens, bicyletas e motocycletas e a pé”. Segundo Nunes da Ponte, em “Recordando o Velho Burgo”, até no Monte Castro, em Gondomar, se aglomerou “uma verdadeira pilha humana” para tentar ver o avião.
Depois de um teste, no primeiro voo oficial o biplano MF4 elevou-se a 300 metros e, após algumas voltas sobre o campo, seguiu em direcção ao Porto, passando por cima do rio Douro, Praça da Liberdade, Marquês do Pombal e Torre dos Clérigos. Permaneceu no ar durante 16 minutos.
Angariar dinheiro para a construção da obra social das Creches “Comercio do Porto” foi o pretexto para este gesto pioneiro. A lembrança foi do industrial António da Silva Marinho, que adquiriu o avião militar em Paris, fazendo transportar até Leixões a bordo de um paquete. À iniciativa aderiram numerosas entidades e pessoas, tentando rentabilizar ao máximo o evento, num gesto percursor da verdadeira acção de marketing a que hoje os portuenses podem assistir. O “desportista” Henrique Marinho transportou aviador e mecânico no seu “magnífico automóvel Fiat”; o governador civil mandou montar guarda no Palácio de Cristal, cedido para a montagem do aparelho e para servir de local de exposição; os chefes militares emprestaram as suas bandas militares para animarem o espaço que foi devidamente engalanado com bandeiras e flores.
As visitas ao Palácio serviram para reunir um bom montante para a obra social do “Comércio”, mas a verdadeira festa foi no improvisado aeródromo do “Castelo do Queijo”, com a multidão que pagou bilhetes que iam dos 100 reis (peões ao sol) até aos 500 réis (bancada). Um sucesso que depois seria repetido em Lisboa.
David Pontes